Hoje J.R. Zambrano do site BoLS nos leva para um dos cenários mais emblemáticos de D&D. Bem-vindo ao Resumo de Faerun, lar de Forgotten Realms!
Faerûn. Como uma terra contém tanta aventura? Mesmo que você nunca tenha jogado um d20, as chances são boas que você pelo menos tenha ouvido falar dos Reinos Esquecidos. Não é surpresa, na verdade — Faerûn é o cenário para centenas de histórias, espalhadas por romances, quadrinhos, videogames, revistas e livros de campanha. Nessas listas, você pode encontrar os nomes das lendas: Vale do Vento Gélido, Neverwinter, Águas Profundas, o litoral varrido pelo vento do Mar das Espadas, Forte da Vela.
Então, mesmo que você nunca tenha ouvido falar de nenhum desses termos, se você já jogou um RPG de computador, você foi influenciado por ele. Eu não acho que seja exagerado dizer que sem jogos como Baldur ‘s Gate e Baldur’ s Gate II, você não teria coisas como Mass Effect, Dragon Age ou mesmo Knights of the Old Republic. E tudo volta para os Reinos Esquecidos. Com tanto do mundo do RPG tendo sido moldado por esse cenário, pensei que poderia ser divertido ver o que os faz funcionar.
Geograficamente falando, os Reinos Esquecidos é o lar de praticamente tudo o que você pode imaginar. A coisa toda parece muito bem desenvolvida: o cenário é em um planeta real, Toril, a região principal, Faerûn, é um continente ecologicamente diverso, e há diversos povos que o habitam. Apenas passando por várias descrições para os seres humanos, temos: Chondathanos, Calishitas, Tethyrianos, Damaranos, Illuskanos, Rashemitas – você entendeu a ideia — e todos eles têm seus próprios idiomas, costumes e nomes.
No norte, encontram-se terras geladas e selvagens, inóspitas, contrastando com uma civilização conquistada com esforço. Aqui você encontrará florestas enormes, como a Floresta Secreta, e regiões congeladas como Vale do Vento Gélido, bem como lugares mais civilizados ao longo do Mar das Espadas.
Aqui você encontrará cidades como Águas Profundas e Nevenunca – que recebe esse nome porque o rio Nevenunca (e o suprimento de água da cidade) é aquecido por elementais do fogo para que a água nunca congele, e o calor da água a torne temperada, OU, a cidade tem o nome de seu fundador, Halueth Nunca, e foi originalmente chamada de Inverno de Nunca (essa palavra dá muita dor de cabeça para os tradutores de outros idiomas). Deixo essa decisão para você, mas é o cenário para o primeiro jogo oficial de D&D 3.x, e acredito que você ainda pode encontrar servidores multiplayer ativos até hoje.
Também tem um jogo de tabuleiro!
O oeste é uma grande região costeira, seja contra a costa real ou contra o Mar das Estrelas Cadentes, um enorme Mar Interno formado em dias de lendas. Aqui você encontrará lugares como Amn, Tethyr e Calimshan – então, em uma extensão do continente, você passa de um padrão de fantasia alta vagamente europeia para príncipes mercantes e sultões vagamente orientais, onde você pode encontrar djins e ifritis guerreando com tribos de humanos.
Mais ao sul, você começa a ter desertos e terras cheias de pequeninos, como Lurien. Grandes extensões de pastagens como Shar. É também onde você obtém seus paralelos mediterrâneos com um conjunto de cidades-estados costeiras, a liga Lapaliiya, famosa por suas azeitonas, e selvas selvagens cheias de feras enormes, como Chult. Se você está procurando adicionar um pouco de Howard ao seu Tolkien, esta é a região que vai te interessar. O vale das chamas poderia ser facilmente jogado em Hyborea sem realmente ajustar nada.
Dinossauro de verdade ou mago polimorfo? Você decide!
Falando em Tolkien e Howard: as partes orientais de Faerûn estão cheias de mistério. Lar de terras exóticas onde eles tomam escravos e onde magos malignos praticam artes proibidas, o Oriente está repleto de perigos. Ele realmente ganha o apelido de “O Oriente Inacessível”. Pode ser que você não queira ir para lá.
Quero dizer, você tem Thay, que é uma nação de magos malignos, que pensam que ser um mago maligno é incrível e, claro, sua sociedade é perfeita, é exatamente como deveria ser: com os Magos Vermelhos de Thay no topo. Ou tem a nação que foi brevemente governada por um dragão vermelho que tentou ascender à divindade.
Senhoras e senhores, por favor, agarrem seu cajado do poder para o nosso Hino Nacional. “Ouviram de Thay as margens…”
E se isso não for suficiente para você, há outros continentes para explorar, incluindo uma misteriosa terra-selva que não é totalmente baseada na Mesoamérica, chamada Maztica. Kara-tur, que é uma outra terra oriental, é separada de Faerûn por uma vasta estepe. Curiosidade para aqueles que jogam em casa: Kara-Tur também é o cenário original da campanha Aventuras Orientais, em seus dias de 1ª edição.
Ou talvez você queira adentrar Zakhara, a terra do destino, lar de povos ainda MAIS misteriosos e exóticos (de onde vieram os Calishitas, é bastante interessante se você voltar e analisar, parece que eles descobriram alguma similaridade aqui e ali). No total, há outros 5 ou 6 continentes além de Faerûn.
Um cataclismo ou dois.
E se isso não for suficiente (é), há também um Subterrâneo inteiro para explorar conhecido como Umbraeterna. Ou o rebelde dele. Com duas cimitarras e uma personalidade complicada que facilita o ato de remoer porque você deixou para trás tudo o que conhecia, mas tudo o que conhecia era terrível. Mas ele é rico, então tudo bem.
D&D é o parecido com Lego Batman.
Isso toca em um dos problemas de Forgotten Realms. É grande. E exaustivamente detalhado. Falei sobre misturar Tolkien e Howard lá por um motivo. Os Reinos Esquecidos são os mais tolkienescos de qualquer cenário de D&D. O fato de existirem vários idiomas deve ser sua primeira pista, mas espere, há mais: elfos imortais vivendo em uma ilha mística isolada para a qual são “chamados” quando chegam a uma certa idade.
Hordas de orcs e goblins de qualquer maneira que você olhar. Terras misteriosas que caíram sob a sombra do mal. Um mago gentil (ou 12) que vagueia por aí parecendo não saber o que está fazendo, mas então tudo dá certo porque eles estão por perto. E é essa última parte que se torna um problema.
Porque em todos os lugares em que você olha em Forgotten Realms há um herói lendário. Ou um mago poderoso. Ou um deus. Ou qualquer número de outras pessoas que devem conseguir lidar facilmente com qualquer ameaça que você invente. Eu senti isso no passado: “Há outras questões mais perigosas que somente eles podem lidar”, o que é uma desculpa.
Se você acredita nisso, então o mundo deve estar constantemente ameaçado, e os heróis mais poderosos assumem níveis quase estelares de humor ácido e meta-consciência do mundo que protegem.
Para ser justo, às vezes, esse parece ser o caso. Dê uma olhada na história dos Reinos Esquecidos. É um mundo vivo e dinâmico. Coisas acontecem lá o tempo todo. A partir da 1ª Edição, você teve muitos conflitos com os Thayanos, e Águas Profundas era um grande elemento na terra. Você tinha grupos planejando derrubar a cidade quase todas as semanas. Então, na 2ª edição, vem o primeiro grande evento sobre o qual me lembro de ter lido: o Tempo das Perturbações.
Todos os deuses estavam realmente MUITO perturbados.
No Tempo das Perturbações, todos os deuses de Toril foram banidos para assumir formas mortais como punição por sua arrogância e negligência. Os deuses viveram e morreram, e os mortais subiram aos seus tronos vazios, e pode apostar que teve um lançamento multimídia que resumiu tudo o que rolou nesse período. Houve uma trilogia de romances (a trilogia Avatar). Baldur ‘s Gate I e II estão feitos durante ele. A primeira parte do conhecimento de D&D que eu possuía, o Cenário de Campanha dos Reinos Esquecidos, saiu e detalhou as consequências desses eventos também.
Ainda posso ver a grande caixa cinza que continha Uma Viagem aos Reinos, que foi minha primeira introdução a Volo e seus ilustres “guias”.
A 3ª edição avançou a linha do tempo e expandiu ainda mais o cenário. Com uma prateleira de suplementos de campanha e seus livros de expansão, bem como o outro grande RPG de computador, Neverwinter Nights, que ajudou a preparar o cenário para a incursão de D&D no mundo MMO. As pessoas continuam jogando esses jogos.
Existem servidores mundiais persistentes nos quais você pode fazer login hoje. E a 4ª edição aumentou a aposta do cataclismo para fazer com que os Reinos Esquecidos se encaixassem em sua ideia de “pontos de luz”. O mundo foi devastado pela Praga Mágica, e há todos os tipos de locais devastados onde uma vez existiram grandes reinos.
Meio que é isso. Mas, pior.
A 5ª edição está firmemente incorporada em Forgotten Realms. Se você está jogando uma das grandes campanhas que a Wizards lançou, ou apenas usando algumas das opções de personagens no Guia do Guia do Aventureiro para a Costada Espada. Pouco a pouco, a história dos Reinos continua sendo escrita. E pode ser assustador.
Não me entenda mal, eu amo esse cenário. Gostaria de enfatizar a importância de ter um número significativo de personagens em apenas um mundo, mas como pode usá-lo sem encontrar excessos ou personagens épicos em todos os lugares? Bom. Como a maioria das coisas na minha vida, encontrei a resposta em Star Wars.
Demorei um pouco para embarcar nessa ideia — não foi até eu começar a jogar a edição da Saga Star Wars que percebi — os Reinos Esquecidos são muito parecidos com o próprio universo expandido de D&D. Você pode conduzir um jogo e não precisa se preocupar com o que o Rogue Squadron está fazendo. Há muito espaço além do que eles mostram nos filmes.
Ou, neste caso, nos jogos. Ou nos livros. Ou nas campanhas.
Não quer jogar com os Faerun dos dias de hoje? Escolha um momento no passado. Sempre tem alguma coisa interessante. Ou encontre algum canto distante do mundo que tenha pouco mais de um parágrafo. Lapaliiya, por exemplo, tem muito pouco sobre isso, além de que está lá. Com os Reinos Esquecidos, você tem a oportunidade de pegar um mundo maior e vivo e conectar suas próprias campanhas a ele.
E como toda a história é tão bem desenvolvida, você pode acabar ouvindo seus jogadores dizerem: “Ei, estou interessado nesse evento”. Lembro-me de narrar uma campanha durante o Tempo das Perturbações sobre um deus desonesto que decidiu que ser mortal era a melhor coisa de todos os tempos e os PJs tiveram que ajudar a convencê-lo a tentar retomar o trono. Você pode ter um cenário ou história favoritos que você pode “roubar” se estiver com pressa. Tem que se preparar para a noite de jogos? Há muito do que se inspirar e o suficiente para que você nunca possa pegar a mesma coisa duas vezes.
Portanto, mesmo que seja assustador começar, os Reinos Esquecidos é o lar de um mundo literal de aventura. E eles estão esperando você mergulhar.