Heróis Anônimos: Tiago Loyo

Coluna Heróis Anônimos

Na coluna ‘Heróis Anônimos‘, convidamos vocês a conhecer as histórias inspiradoras de membros que dedicam seu tempo gratuitamente para trazer conteúdos de RPG para o Brasil. Exploramos as jornadas pessoais desses indivíduos, desde seus primeiros passos neste universo fascinante até suas atuais contribuições para a comunidade. Descubra como cada um está moldando e fortalecendo nossa comunidade, seja através da criação de conteúdo, tradução de materiais ou desenvolvimento de ferramentas, e como seus esforços estão enriquecendo o mundo do RPG para todos nós.

Tiago Loyo

 
Tiago Loyo é uma figura lendária no cenário brasileiro de RPG. Com mais de duas décadas de experiência, sua jornada começou com o First Quest e floresceu em Forgotten Realms e, finalmente, em Ravenloft. Durante a pandemia, sua paixão pelo universo sombrio o levou a traduzir incansavelmente materiais, começando com o “Expedição ao Castelo Ravenloft”. Seu trabalho meticuloso não só preencheu lacunas no mercado brasileiro, mas também estabeleceu parcerias com a Fraternity of Shadows para continuar trazendo os horrores de Ravenloft aos fãs locais. Além de traduções, Loyo dedicou-se a fornecer mapas detalhados para mestres, garantindo que cada cenário ganhasse vida. Seu legado como guardião e tradutor de Ravenloft é um testemunho de sua devoção à comunidade de RPG no Brasil. Conheça mais sobre sua trajetória e obras abaixo.

Contatos:

Instagram: @tiago_loyo
Facebook: tiago.loyo.5

Quando Começou com o RPG

Olá Faren, olá pessoal da Toca do Coruja. Meu nome é Tiago Loyo. Sou jogador de RPG há cerca de 24 anos. Minha jornada começou com o First Quest, no final da segunda edição. Joguei um pouco dessa edição, cerca de um ano, talvez dois, e realmente gostei da experiência. O First Quest era de um amigo meu, e depois que experimentei, resolvi comprar para poder mestrar ou jogar também. Na época, jogávamos no cenário de Mystara, especificamente em Karameikos, que ainda estava à venda.

Depois, migramos para Forgotten Realms. Embora não tenhamos jogado o material de Under Mountain, continuamos explorando Forgotten Realms na segunda edição. Essa fase durou cerca de três anos até a chegada da terceira edição, que, se não me falha a memória, foi por volta de 2002 ou 2003. Estávamos empolgados com os novos lançamentos e começamos a adquirir o material da terceira edição assim que chegou ao Brasil.

Foi durante essa transição que meu primo, que já mestrava na segunda edição, decidiu continuar na terceira para manter a continuidade das tramas que ele conhecia tão bem. Então, quando o livro de campanha de Ravenloft para a terceira edição foi lançado, vi uma grande oportunidade. Aqui estava um cenário que eu poderia mestrar, mantendo aquela mística de jogador.

Mesmo continuando na mesma mesa, passei a mestrar em Ravenloft. Descobri que ainda era possível encontrar o livro “Domínios do Medo” da segunda edição e o adquiri. Em termos de lore, eu diria que esse livro era até melhor que o da terceira edição. Ele apresentava os domínios e seus lordes de uma maneira muito completa, oferecendo um bom resumo para mestres.

Foi assim que me apaixonei pelo cenário e pela sua proposta diferente de D&D. No entanto, percebi uma grande carência de material em português. Além do “Domínios do Medo” e do “Nativo das Trevas“, havia pouquíssimo conteúdo disponível para nós. Naquela época, a compra virtual não era como hoje, e acessar esses livros era um desafio, especialmente para jogadores brasileiros que não tinham a oportunidade de viajar para os Estados Unidos regularmente.

A Pandemia e o Começo das Traduções

Anos se passaram até que veio a pandemia. Para não surtar em casa, decidi me ocupar de alguma forma. Sou professor, então as aulas online ocupavam parte do meu tempo, mas com a redução das horas e a ausência de deslocamentos, ganhei mais tempo livre. Foi nesse período que decidi traduzir o “Expedição ao Castelo Ravenloft” da terceira edição.

Estávamos na pandemia, já com a quinta edição de D&D em vigor, e eu acreditava que em breve teríamos a “Maldição de Strahd” em português. Na época, ainda não havia um lançamento oficial em português, mas eu tinha esperanças de que isso aconteceria. Assim, resolvi focar na tradução do “Expedição ao Castelo Ravenloft”.

Juntei-me a um amigo para dividir o trabalho. Nenhum de nós tinha experiência prévia com tradução, mas tínhamos um nível intermediário de inglês e muita boa vontade. Utilizávamos tradução automática como base e depois revisávamos os termos e mecânicas de jogo. Tive que editar bastante as imagens do livro, principalmente os grids que continham muitas informações em inglês. Aprender a usar o Photoshop, assistindo a videoaulas, foi uma boa terapia para mim durante aquele período.

Adotei o pseudônimo JamesLoyo, combinando “James”, uma variação de Tiago, com meu sobrenome, Loyo. Não era para esconder minha identidade, mas sim para criar uma assinatura para meus trabalhos.

Depois de terminar a tradução do “Expedição ao Castelo Ravenloft”, já quase no fim da pandemia, percebi que gostava dessa atividade e decidi continuar. Comecei a trabalhar no “Ravenloft Player’s Handbook“. Desta vez, meu colega me abandonou e eu segui sozinho, aprendendo bastante no processo. Olhando para trás, vejo muitos erros no “Player’s Handbook”, mas preferi seguir em frente e contribuir com a comunidade que não tinha acesso a esses materiais.

Em seguida, traduzi o “Dungeon Master’s Guide de Ravenloft“. Achei o livro fantástico, especialmente as técnicas de mestre para narrar horror e o uso do tarokka. Recomendo esse livro a todos os mestres, pois oferece técnicas narrativas realmente interessantes.

Foi nessa época que conheci o Paulo César, do Cemitério dos Dragões. Ele começou a disponibilizar minhas traduções e, percebendo algumas falhas, perguntou como eu fazia a diagramação. Quando contei que usava o Word, ele quase me bateu! Ele então decidiu diagramar o “Dungeon Master’s Guide” para mim usando o InDesign, e fez uma proposta: ele diagramava enquanto me ensinava a usar o programa.

Paulo foi um excelente professor, super dedicado e competente. Ele me ajudou muito e me ensinou tudo o que sei sobre o InDesign. Graças a ele, nasceu o “Ravenloft DMG” e fiquei muito satisfeito com o resultado.

Começando com as Gazetteer de Ravenloft

Na época em que a “Maldição de Strahd” estava saindo em português, decidi começar a traduzir o “Gazetteer 1“, que fala sobre Baróvia. Achei que seria um suplemento muito interessante para quem estava mestrando na Baróvia e tinha dificuldades com o inglês, especialmente aqueles esperando pelo lançamento de “Maldição de Strahd” em português. Sabia que esses mestres fariam ótimo proveito do “Gazetteer 1” traduzido.

Então, mergulhei na tradução do “Gazetteer 1” e, após concluir, achei que minha missão estava cumprida. Planejava voltar para o “Denizens of Dread“, que seria o equivalente ao “Nativo das Trevas” da 3.5e. Mas antes de seguir em frente, fui surpreendido por um fã. Ele estava muito feliz com o material em português e adorou o “Gazetteer”. Ele sugeriu que eu continuasse traduzindo toda a série dos Gazetteers e se ofereceu para pagar sempre pela encadernação do material que eu produzisse.

Achei a proposta interessante. Não faço esse trabalho por dinheiro, mas a oferta de pagar pela encadernação era uma maneira bonita de um fã se beneficiar e reconhecer o meu esforço. Aceitei a proposta e segui em frente, traduzindo os “Gazetteers” 2, 3, 4 e 5. Durante esse período, também traduzi o “Deck Tarokka” da terceira edição, que é uma versão linda e rara. Fiz o “Tomo de Strahd” e reformulei a capa e as páginas para dar um visual interessante, com um efeito de páginas queimadas. Fiquei bem satisfeito com o resultado.

Foi também nesse meio tempo que conheci o Gabriel Jansen, da Hora do Corvo, uma verdadeira enciclopédia de Ravenloft. Sempre que precisava de alguma consulta, termo ou detalhe específico, recorria a ele. Ele leu tudo, sabe tudo, e era uma fonte valiosa de informação.

Conforme avançava com as traduções, especialmente ao chegar no “Gazetteer 4” e “5”, comecei a sentir uma certa melancolia, sabendo que o projeto original pretendia cobrir 13 Gazetteers. Infelizmente, devido a problemas de licenciamento na terceira edição, isso se perdeu. Lamentava muito que terminaria no quinto Gazetteer, que fecha o núcleo principal. Ravenloft, porém, é muito mais que isso, com seus dois mares, ilhas, domínios isolados e aglomerados, e tudo isso estava se perdendo.

Parceira com a Fraternity of Shadows

Foi então que o Gabriel me apresentou ao pessoal da Fraternity of Shadows, mais especificamente ao Joel Paquin, um dos fundadores da Fraternity. Gabriel tinha contato com ele, já havia gravado um podcast e conversado com o Joel. Ele me sugeriu que procurasse o Joel, usando seu nome como referência para abrir essa porta, já que a Fraternity of Shadows havia publicado outros Gazetteers. Embora seguissem uma história diferente da personagem S dos Gazetteers oficiais, eles mantinham a mesma abordagem aos cenários, usando personagens próprios da Fraternity como pesquisadores para contornar os direitos autorais.

A Fraternity of Shadows já tinha publicado o Gazetteer de Souragne, Zherisia e o do Mar Noturno, este último um verdadeiro monstro de 406 páginas, que estou traduzindo atualmente. Então, entrei em contato com o Joel e, com a recomendação do Gabriel, ele me deu sua bênção: “Você tem a minha bênção, pode embarcar nessa tradução”. Assim, comecei pelo Souragne, e Joel aprovou o resultado.

Desde então, Joel me envia todas as imagens e informações que ele tem, incluindo materiais não publicados. Ele mencionou que tem planos de lançar o Gazetteer para o Mar das Mágoas, e espero ansiosamente por isso. Hoje, a Fraternity é um grande compêndio de pesquisa, especialmente com a Mistipedia. No entanto, eles perderam um pouco do embalo nas publicações com a quinta edição, devido às mudanças nos cânones feitas pela Wizards, o que dificultou a sequência dos trabalhos. Mesmo assim, torço para que lancem mais Gazetteers, seria mais conteúdo para eu traduzir.

Atualmente, estou trabalhando no Gazetteer do Mar Noturno, graças a essa parceria com o Joel. E então, surgiu o próximo desafio: a questão dos mapas de Ravenloft.

A Tradução dos Mapas de Ravenloft

Os Gazetteers e o próprio Player’s Handbook trazem vários mapas, mas são monocromáticos. A terceira edição adotou essa característica para reforçar a pegada gótica, o que, na minha opinião, é uma assinatura bacana dos livros. Já recebi propostas para colorir essas imagens com IA, mas acho que isso tiraria o toque gótico, transformando o livro em algo mais parecido com uma fantasia comum. Isso não condiz com a visão de Ravenloft que me foi apresentada na segunda e terceira edição.

Esses mapas preto e branco não têm escala, o que reforça a atmosfera gótica ao deixar certos aspectos incertos para os jogadores. Isso dá liberdade, mas também pouca flexibilidade, pois o mestre precisa definir limites e escalas. A ausência de cores, embora contribua para o estilo gótico, dificulta a visualização de diferentes tipos de terrenos, como desertos, savanas ou florestas. Isso fazia falta para os mestres de Ravenloft.

O Super Mapa de Ravenloft Cartographic Society

Foi quando conheci a Ravenloft Cartographic Society. O nome é um pouco complexo, mas foi lá que tive contato com Richard, um dos proprietários da página e engenheiro. Eles publicaram vários mapas de cidades e, com o tempo, aprimoraram seu trabalho, culminando em um mapa lindo e detalhado do núcleo de Ravenloft. A resolução era tão alta que permitia ver estradas e pontos de interesse, baseados em edições anteriores, Gazetteers e romances. Quando vi aquele mapa, me apaixonei. Era exatamente o que um mestre de Ravenloft precisava: um mapa completo, para uso pessoal, seja impresso ou digital.

Mapa Semi-plano do Pavor em Português. Links abaixo.

Pedi ao Richard permissão para traduzir esse mapa. Ele me forneceu a imagem original sem os termos e me orientou sobre como seguir um padrão específico nas traduções e publicações. Ele autorizou a tradução, que agora está disponível na página deles no Facebook (Link Abaixo).

Recentemente, eles lançaram um mapa de Lekar (Link Abaixo), a capital de Falkóvina, demonstrando um grande aprimoramento em suas habilidades, assim como eu na tradução e diagramação. O mapa é super completo, incluindo informações de romances e do Gazetteer 2, além de outras da segunda edição. É um mapa de uma única cidade, mas rico em detalhes, perfeito para mestres que queiram ambientar uma campanha em Falkóvina.

Assim que Richard publicou o mapa, ele me marcou na postagem, incentivando-me a traduzi-lo para os fãs brasileiros. Quando divulguei o mapa do núcleo, vi que os fãs brasileiros abraçaram a página. Fico feliz em poder continuar ajudando, divulgando o trabalho deles e dando mérito a quem merece.

Agora, terminei a tradução para a cidade de Lekar. Acho que será de grande valia para quem for mestrar em Falkóvina, especialmente sendo a capital.

O Futuro dos Materiais de Fã de Ravenloft

Logo logo, eles vão publicar o mapa traduzido. Hoje, dia 6 de junho, ainda não foi publicado, mas já está com eles há dois ou três dias. Acredito que talvez esta semana a publicação saia. Essa foi um pouco da minha jornada. Os próximos trabalhos envolvem o “Gazetteer do Mar Noturno”, mas ainda não tenho previsão de conclusão. Subestimei a extensão do projeto, são 406 páginas de um livro diagramado pela Fraternity, que não é uma editora oficial, então há momentos em que preciso fazer consultas com o Joel, revisar imagens e refazer a diagramação no estilo dos Gazetteers da terceira edição.

Ainda tenho muito trabalho pela frente, mas estou avançando. Hoje, conto com a ajuda do Caio Cunha nas revisões, o que evita que o meu trabalho fique tão cru como no tempo do Player’s Handbook. Às vezes, quando estamos cansados depois de terminar um projeto, queremos “nos livrar” logo dele, mas o Caio me ajuda a controlar essa ansiedade. Ele revisa todo o material antes de liberarmos, garantindo uma qualidade melhor no que produzimos.

Agradecimentos

Quero agradecer ao Caio por todo o apoio nas revisões, e a toda galera que me ajuda de alguma forma, seja com informações, encadernação ou revisão. Agradeço a vocês, do Toca do Coruja RPG, pela adição do Matecat ao repertório dos tradutores, um grande aditivo. Espero que os fãs de Ravenloft curtam esse relato sobre meu trabalho.

Contatos e Links

Gabriel Jansen

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Caio Cunha

Joel Paquin

  • E-mail: paquinjoel@videotron.ca
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Richard DeRoiville

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Links

Fraternity of Shadows

Netbooks da Fraternity of Shadows

Mistipedia

Cemitério dos Dragões

A Hora do Corvo

Ravenloft Cartographic Society

Mapas Traduzidos por Tiago Loyo

Entrevista com o autor do Guia Completo de Armadilhas

Você já se perguntou como criar armadilhas interessantes e desafiadoras para seus jogadores de D&D 5E? Você já ficou confuso sobre qual perícia usar para detectar, entender ou desarmar uma armadilha? Você já quis ter mais opções de armadilhas do que as poucas que aparecem no Livro do Mestre? Já procurou um guia completo de armadilhas para D&D 5e?

Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, então você precisa conhecer O Guia Completo de Armadilhas, um PDF brasileiro disponível para compra (pelo preço Pague o Quanto Quiser) na DMsGuild, que utiliza as regras de D&D 5E. O livro de 34 páginas conta com uma série de armadilhas novas para o Mestre usar em suas mesas, desde as mais simples às mais complexas, das que são apenas um pequeno obstáculo àquelas que são mortais, além de diversas explicações sobre quando e como usar cada perícia para encontrar, entender e desarmar armadilhas. Afinal, esse teste aqui é de Investigação ou Percepção? Existem outras perícias associadas a armadilhas?

O Guia Completo de Armadilhas foi escrito por Rafael Castelo Branco de Oliveira Torres, o criador da página Meus Pergaminhos, que há anos produz conteúdo de qualidade sobre D&D e RPG em geral. O autor se baseou nas regras oficiais do Livro do Mestre e do Guia de Xanathar para Todas as Coisas, além de adaptar e recriar armadilhas de outras edições de D&D e de publicações como a Dungeon Magazine e a Dragon Magazine. O resultado é um livro rico em detalhes, com ilustrações e exemplos práticos, que vai ajudar você a tornar suas aventuras mais divertidas e imersivas.

O blog do Toca do Coruja trocou uma ideia com ele sobre esse livro. Veja se seguir: 

Toca — De onde surgiu a demanda para fazer um PDF sobre armadilhas?

Rafael Castelo — Olha. Eu não sei se foi exatamente uma demanda. Mas eu senti nos grupos de RPG e D&D que havia muitas dúvidas sobre o uso das perícias envolvendo armadilhas. Até porque as regras estão espalhadas em dois ou três livros diferentes. Algumas regras do LdMe já não são “exatamente” como pensadas quando o livro foi lançado e a divisão por tipos de armadilhas acabou atualizada no Xanathar (Nota da Toca: Guia de Xanathar para Todas as Coisas). Hoje o Mestre quer as coisas todas num lugar só. Fácil acesso. Vivemos num mundo onde as facilidades estão todas aí. E eu já tinha uns dois posts espalhados falando sobre perícias e queria trazer mais armadilhas pro Mestre poder usar na sua mesa, então juntei a questão conceitual com os exemplos pra que o Mestre tenha a ferramenta de criação e também tenha algo rápido pra usar ali naquela One-Shot do final de semana.

Toca — E quando você decidiu escrever esse PDF?

Rafael Castelo — Essa é uma boa pergunta… Em 2017 eu estava mexendo com algumas coisas minhas sobre Undermountain do AD&D e fiquei pensando em escrever um post no Facebook, porque ainda nem existia a Meus Pergaminhos, com tabelas para tesouros individuais e outras com armadilhas. Eu fiz algumas listas, escrevi algumas coisas em Blocos de Notas, peguei umas imagens do AD&D e deixei guardadas. Depois que “recriei” a Meus Pergaminhos (novembro de 2018) eu quis mexer nisso diversas vezes, mas foi só na metade de 2020 que eu de fato peguei pra fazer. Aí eu fui ler vários livros sobre armadilhas em outros jogos e edições pra pensar no que deveria ter e como deveria fazer esse PDF…

Toca — Conta mais como foi esse processo de criação dele pra gente.

Rafael Castelo — Ah… Eu tinha que ler muito. Eu procurei por coisas do AD&D e da 3ª edição, oficiais ou de terceiros, pra ver o que dava pra usar. Às vezes tinha uma ideia boa pra uma armadilha que só precisava passar por algum retrabalho. Afinal, a maioria das armadilhas não são ideias inovadoras vindas do nada. Tudo é algo que você já leu em algum lugar ou viu em alguma mídia, seja num filme do Indiana Jones, seja num desenho, seja numa aventura antiga de D&D. Então eu decidi compilar cerca de 30 armadilhas de diversos níveis de severidade e complexidade pra adaptar, reescrever, repensar… Depois que eu cheguei na minha lista, eu tinha que condensar os textos da Meus Pergaminhos (e algumas respostas que eu tinha prontas em blocos de notas para postar em grupos do Facebook) e começar a escrever. Foi um trabalho um pouco cansativo, mas acho que o resultado ficou legal. Ficou faltando as imagens. Aí fui buscar imagens gratuitas para criadores de conteúdos da DMs Guild, porque quando estava escrevendo eu pensei que seria legal levar esse guia pra lá, mesmo que de graça ou pelo preço “pague o quanto quiser”. Assim eu teria mais algum texto por lá, pro caso de projetos futuros que eu quisesse colocar a venda. Apesar de ter centenas de downloads, tem poucas reviews. Acho que o usuário brasileiro médio da DMs Guild apenas baixa as coisas e não vai lá fazer uma avaliação. Isso atrapalha um pouco pra divulgação, na verdade, e o produto não alcança aqueles selos que são tão importantes.

Toca — Pra finalizar, você gostaria de falar se tem de fato alguns outros projetos pra DMs Guild?

Rafael Castelo — Olha. Na verdade eu estou em dois projetos pra produtos na DMs Guild. Não posso falar muito sobre eles, até porque não sou o único autor envolvido, mas basicamente é uma aventura e um suplemento. Estão ficando bem legais e acredito que saem ainda nesse semestre!

Toca — Muito legal. Agradecemos pela entrevista. Vamos deixar o link abaixo para que as pessoas possam adquirir o guia! Devo dizer que nós gostamos muito. Tem planos para ter uma versão física?

Rafael Castelo — Eu que agradeço o apoio! Sobre versão física, eu mesmo encomendei uma e quando chegar devo tirar umas fotos ou fazer um vídeo dela. Acho que quem desejar imprimir não vai ter dificuldades, seja numa gráfica local ou em algo mais profissional. E, mais uma vez, muito obrigado!

O que você está esperando? Clique no link abaixo e baixe agora mesmo O Guia Completo de Armadilhas! Você pode pagar o quanto quiser, inclusive nada, mas se você gostar do trabalho do autor, considere fazer uma contribuição para apoiar sua produção independente. E não se esqueça de deixar sua avaliação e comentário na página do produto, pois isso ajuda muito a divulgar o livro e incentivar novos projetos.


Essa foi a entrevista com Rafael Castelo (@MeusPergaminhos), da página Meus Pergaminhos (meuspergaminhos.com), falando sobre o seu Guia Completo de Armadilhas. Espero que vocês tenham tirado suas dúvidas também e, aos que se interessaram, abaixo tem o link para adquirir gratuitamente ou apoiando o autor na DMs Guild!