No dia 3 de abril de 2023, a Wizards of the Coast realizou o D&D Creator Summit, um evento que reuniu cerca de 30 criadores de conteúdo influentes no cenário de Dungeons & Dragons, entre youtubers, blogueiros, editores e produtores independentes. O objetivo do evento era estreitar os laços com a comunidade de D&D, que havia se revoltado com a empresa após o polêmico anúncio (e posterior recuo) de que a licença aberta de D&D seria revogada, impedindo que terceiros usassem o sistema em seus produtos.
Durante o evento, que teve duração de 9 horas e contou com a presença de intérpretes de língua de sinais para os participantes com deficiência auditiva, os executivos da Wizards apresentaram alguns dos projetos futuros para D&D, como o sistema One D&D, que visa unificar as diferentes edições do jogo, e o Virtual Tabletop, uma plataforma digital para jogar D&D online. Além disso, os criadores de conteúdo puderam fazer perguntas e dar feedbacks aos funcionários da empresa.
Um dos momentos mais marcantes do evento foi quando o assunto da licença aberta foi abordado pelos participantes, que questionaram a postura da Wizards em relação aos criadores independentes e à confiança da comunidade em D&D. Nesse momento, Ray Winninger, o líder da equipe de D&D na Wizards, se pronunciou:
“Perdemos de vista naquele momento o fato real de que D&D é um diálogo. É um diálogo entre mestres e jogadores. É um diálogo entre criadores e comunidade. É um diálogo entre a Wizards e a comunidade. Agora, dito isso, eu não estou nada feliz com a confiança que perdemos, mas eu estou feliz com onde chegamos… Eu estou triste que tenha sido preciso essa perca de confiança para acordarmos… o fato de que o SRD está no domínio público, irrevogavelmente, é o sinal mais forte de que estamos comprometidos em manter D&D aberto e inclusivo e que reconhecemos que ele é construído em cima de uma comunidade”.
Em seguida, James Dixon, o diretor de comunicação da Wizards, também se manifestou:
“Nunca deveria haver uma situação em que vocês, como criadores, se sentissem ameaçados ou em perigo por causa de quem vocês escolhem trabalhar. Além disso, como dissemos na nossa atualização da comunidade, nós sempre encorajamos a crítica aberta. Mas nós queremos que essa crítica seja direcionada a nós, não a vocês. Nesse sentido, nós estamos buscando medidas que possamos tomar para fazer isso. Mas deixem-me ser absolutamente claro: nós queremos esse feedback direcionado a nós”.
Esse foi um tema recorrente nas palavras dele durante a sessão: ele quer trabalhar com “pessoas confortáveis em falar a verdade” (em expressar preocupações e dar feedbacks).
Interessante essa abertura para feedbacks.