Tudo sobre RAI, RAW e RAF #

As regras são uma grande parte do que torna D&D um jogo, em vez de simplesmente contar histórias improvisadas. Mas, as vezes, surgem discussões sobre as regras como foram escritas e qual a intenção do autor.

As regras do jogo são destinadas a ajudar a organizar, e até mesmo inspirar, a ação de uma campanha de D&D. As regras são uma ferramenta e queremos que nossas ferramentas sejam o mais eficazes possível. Não importa o quão boas essas ferramentas possam ser, eles precisam de um grupo de jogadores para trazê-los à vida e um Mestre para guiar seu uso.

O Mestre é fundamental. Muitas coisas inesperadas podem acontecer em uma campanha de D&D, e nenhum conjunto de regras poderia explicar razoavelmente todas as eventualidades. Se as regras tentassem fazer isso, o jogo se tornaria inviável. Uma alternativa seria que as regras limitassem severamente o que os personagens podem fazer, o que seria contrário ao caráter livre de D&D. A direção que escolhemos para a edição atual foi estabelecer uma base de regras sobre as quais um Mestre poderia se basear, e abraçamos o papel do Mestre como a ponte entre as coisas que as regras abordam e as coisas que não abordam.

Em uma sessão típica de D&D, um Mestre toma inúmeras decisões sobre regras — algumas quase imperceptíveis e outras bastante óbvias. Os jogadores também interpretam as regras e todo o sistema mantém o jogo funcionando. Há momentos, porém, onde a intenção de design de uma regra não é clara ou quando uma regra parece contradizer outra.

Lidar com essas situações é onde entra o Sage Advice. Esta coluna não substitui a adjudicação de um Mestre. Assim como as regras, a coluna destina-se a dar aos Mestres, bem como aos jogadores, ferramentas para ajustar o jogo de acordo com seus gostos. A coluna também deve revelar algumas perspectivas que ajudam você a ver partes do jogo sob uma nova luz e que o ajudam a aperfeiçoar sua experiência de D&D.

Quando respondo a perguntas sobre regras, costumo abordá-las de uma a três perspectivas diferentes.

RAW. #

Rules as written – “Regras como Escritas” — é isso que significa RAW. Quando me debruço sobre a interpretação CRUA de uma regra, estou estudando o que o texto diz no contexto, sem levar em conta a intenção dos designers. O texto é forçado a permanecer por conta própria.

Sempre que considero uma regra, começo com essa perspectiva; é importante para mim ver o que você vê, não o que eu gostaria que tivéssemos publicado ou pensado que tivéssemos publicado.

RAI. #

Rules as Intended – “Regras como Intenção.” Alguns de vocês estão especialmente interessados em saber a intenção por trás de uma regra. É aí que entra RAI: “regras como intenção.” Esta abordagem tem tudo a ver com o que os designers queriam dizer quando escreviam algo. Em um mundo perfeito, RAW e RAI se alinham perfeitamente, mas às vezes as palavras na página não conseguem comunicar a intenção dos designers. Ou talvez as palavras tenham sucesso com um grupo de jogadores, mas não com outro.

Quando escrevo sobre a interpretação RAI de uma regra, estarei puxando a cortina e informando o que a equipe de D&D quis dizer quando escrevemos uma determinada regra.

RAF. #

Rules as Fun – “Regras como Diversão” Independentemente do que está na página ou do que os designers pretendiam, D&D deve ser divertido, e o Mestre é o mestre de cerimônias em cada mesa de jogo. Os melhores Mestres moldam o jogo em tempo real para trazer mais prazer aos seus jogadores. Tais DMs visam a RAF, “regras como diversão.” Esperamos que os Mestres se afastem das regras ao conduzir uma campanha específica ou ao buscar a maior agrado para um determinado grupo de jogadores. Às vezes, minhas respostas às regras incluirão conselhos sobre como alcançar a interpretação da RAF de uma regra para o seu grupo.

Eu recomendo uma mistura saudável de RAW, RAI e RAF!

O blog Meus Pergaminhos aprofundou sobre as duas primeiras. Confira.