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D&D 5.5e: Os Diversos Problemas da Nova Edição

Com o tempo, farei uma cobertura mais aprofundada e absorverei mais do livro diretamente em meu cérebro (uma maneira totalmente normal de descrever a leitura). Apresento 3 artigos inspirados no post BRANDES STODDARD para o Tribality Role Together das Dez Melhores MudançasCinco Mudanças Não Tão Boas e Problemas da Nova Edição. O texto foi traduzido, reorganizado e adaptado.

1. Ferramentas de Ladrão

As funções das Ferramentas de Ladrão não são mais um teste de Destreza (Ferramentas de Ladrão). Agora, são um teste de Destreza (Prestidigitação), onde ter proficiência com Ferramentas de Ladrão concede Vantagem. Ou seja, 100% das vezes. Se você tem Vantagem em 100% das situações, basta diminuir a CD e remover a Vantagem, para que ganhar Vantagem tenha alguma relevância.

2. Maestria em Arma e Ataques Estudados

O mesmo se aplica à combinação da maestria em arma com Afligir e Ataques Estudados (característica de nível 13 do Guerreiro). Após o primeiro ataque contra uma criatura, Guerreiro simplesmente obtém Vantagem passivamente em jogadas de ataque. Ele obtém Vantagem ao atingir (da arma Afligir) e ao errar (dos Ataques Estudados). Penso que isso tira muito do entusiasmo do jogo, já que não há mais incentivo para outros PJs ajudarem você a obter Vantagem.

Obviamente, ainda não vi o suficiente das novas estatísticas do Livro dos Monstros para saber, mas isso cria uma expectativa de que os PJs desse nível serão intocáveis em combate. Nas regras de 2014, eles são incrivelmente fortes em comparação com os oponentes com ND “apropriado”. Essas regras são um aumento de poder para todos os PJs, mas especialmente Bárbaros, Guerreiros, Monges e Ladinos, então o que vai acontecer é que os PJs se sintam como valentões destruindo monstros que nunca representaram ameaça alguma. Isso é exatamente o oposto do que se deseja em uma aventura de fantasia heroica.

Isso é um problema porque os Mestres também merecem se divertir, e uma grande parte da diversão de ser Mestre não é “tentar vencer”, mas “tentar criar oponentes e problemas que apresentem ameaça suficiente para que os jogadores se engajem com eles de forma séria e criativa”. Se os inimigos não forem capazes disso, as vitórias parecem ocas e sem mérito.

3. Talentos Irrelevantes ou Custo Alto de Ação

Os talentos Mente Aguçada e Analítico alteram a economia de ações de Estudar e Procurar. Odeio isso a ponto de desejar reescrevê-los. Os jogadores relutam em usar sua ação para obter informações que podem mudar até a próxima oportunidade de agir. Quero oferecer informações que custem menos de uma ação (muitas vezes nada), mas fazer isso tornaria esses talentos irrelevantes e irritaria os jogadores que os escolheram.

O aspecto mais importante é que incentivar o uso de Buscar e Estudar como formas de obter informações pode acabar ensinando os novos Mestres práticas inadequadas. Não há orientação clara sobre a qualidade e utilidade das informações necessárias para justificar seu uso (dica: elas devem ser tão eficazes quanto qualquer outra ação que você possa realizar, como atacar ou conjurar um truque).

4.Definição de Monstro e PNJ

De acordo com o Glossário de Regras, toda criatura controlada pelo Mestre é considerada um “monstro”, enquanto apenas aquelas com nome e personalidade distintas são classificadas como “PNJs”. Embora essa distinção seja semântica, ela é problemática para D&D, pois reforça a ideia de que “o combate é a resolução padrão/única”, algo que o jogo tem tentado superar há décadas. Além disso, essa definição não tem precedentes em D&D, exceto pelo fato de que PNJs aparecem na seção do Livro dos Monstros. Nesses casos, os PNJs são descritos como Humanoides, sem nomes ou personalidades próprias. Na maioria dos outros jogos, o termo “PNJ” se refere a qualquer personagem que um Mestre controla, sendo que alguns desses PNJs podem ser monstros.

5. Duas Coisas Desnecessariamente Retiradas

  1. A decisão de remover as espécies “metade” — meio-elfos e meio-orcs — é, sem dúvida, extremamente controversa. A ausência de qualquer menção sobre a inclusão de opções para personagens mistos no D&D Beyond torna a situação ainda mais problemáticas. Essa escolha é desafiadora para a WotC, e posso afirmar que diversas pessoas ‘mestiças’ estão realmente putas com isso.
  2. O talento Explorador de Masmorras foi completamente removido deste capítulo. Embora seja ruim para a maioria das campanhas, ele pode ser incrível em algumas situações. Quando meu guardião alcançou o 8º nível e adquiriu esse talento em Tomb of Annihilation, toda a masmorra se tornou visível para nós, pois eu passava passivamente todos os CDs de detecção de portas secretas. Além disso, ToA contém uma ou outra armadilha (estou sendo modesto). Gostaria que o talento tivesse sido reimaginado de forma mais útil e equilibrada.

6. Mudança na Propriedade de Arma Pesada

Tenho jogado com um githyanki Hexblade (Lâminabreu) há muito tempo. Ele tem 8 em Força, o que não era um grande problema até agora, (além de falhar em salvaguardas de Força e testes de Atletismo, o que é difícil, mas esse 8 tinha que ir pra algum lugar), já que eu simplesmente podia usar Carisma para minhas jogadas de ataque. Eu até consegui uma Espada Prateada Maior, o auge dos tesouros githyanki. No entanto, neste conjunto de regras, há um grande problema, além da ausência de um patrono para o Hexblade — assumindo que meu Mestre concorde em manter a subclasse como está.

O problema é que a função da propriedade de arma Pesada mudou. Anteriormente, era “não pode ser Pequeno”, mais ou menos. Agora é “deve ter pelo menos 13 em Força”. O que é um problema real com a matriz de atributos 15, 14, 13, 12, 10, 8 que usamos.

Eu gostaria que eles tivessem enfatizado benefícios interessantes para ser Pequeno, em vez de mudar os efeitos de Pesada para garantir que criaturas Pequenas possam usar armas muito maiores do que elas. Muitas armas que não têm o marcador Pesada são muito maiores que os 60-90 centímetros que este livro descreve como altura de Pequeninos. Está tudo bem se isso for sua fantasia e o que você ama, mas realmente não funciona para mim. Designers de edições anteriores aprenderam, tendo filhos e/ou assistindo Senhor dos Anéis, que nossa imagem mental de halflings é realmente cerca de 1,20 metro, e isso ainda é uma altura Pequena aceitável.

7. Regras Não Tão Claras

Nem tudo é perfeito na questão da apresentação mais clara das regras. Em 2014, toda criatura tem uma Interação com Objeto gratuita em seu turno, e a regra para isso está em um quadro lateral que a maioria das pessoas esquece. A economia de ações secreta não é boa. Então, em 2024, é fácil concluir que eles eliminaram a Interação com Objeto gratuita, porque você olha para a ação Usar Objeto no Glossário de Regras e parece que está cobrindo todo esse conceito.

Na verdade, não está! Você precisa ir ao Capítulo 1, onde a regra não é mencionada sob Interagir com Objetos, mas é mencionada em Seu Turno, no cabeçalho Interagindo com Coisas. Então, sim, você ainda deve interagir com o ambiente e os objetos nele tanto quanto possível. Mestres, procurem motivos para serem generosos e invoquem a ação Usar Objeto apenas quando a ação for crucial para a conclusão do objetivo.

Estou interessado em ver como o Livro do Mestre ensina as melhores práticas de mestragem, até mesmo buscando razões para dizer sim, em vez de procurar razões para dizer não.

8. Conceito e Economia de Ação Confusa

Eles causaram bastante dano ao mecanismo subjacente do jogo ao apresentar estritamente as coisas como ações, com pouca ou nenhuma discussão sobre como os Mestres podem reduzir o custo das ações para Ações Bônus ou Ações Gratuitas. O termo “ação” desempenhando dupla função como “a principal coisa que você faz no seu turno” e “qualquer quantidade de engajamento com as regras do jogo” é parte do problema aqui.

9. Agência do Mestre Reduzida

Há uma quantidade razoável de itens que tem prós e contras que não abordei acima. Por um lado, é ótimo que Ferramentas de Artesão e Outras Ferramentas tenham usos claros e CDs para definir expectativas. Por outro, isso cria pressão para consultar sempre, e a sensação de liberdade em 2014 de combinar qualquer ferramenta com qualquer valor de atributo como apropriado está bastante morta. Se você se aprofundar nos detalhes, jogadores (e alguns Mestres) tratarão isso como uma lei e resistirão a qualquer variação.

Essa é uma tendência bem estabelecida. Muitos de nós jogamos 3.x e 4e, edições que tentaram detalhar tudo rigorosamente e eliminar a necessidade de decisões de Mestre em favor das regras. As regras de 2024 confiam um pouco menos no julgamento do Mestre do que as regras de 2014, e eu lamento essa direção. Teremos que ver o que o Livro do Mestre traz para a conversa.

Conclusão

Não esqueça de ler os outros dois artigos da série, Dez Melhores MudançasCinco Mudanças Não Tão Boas e Problemas da Nova Edição. Se quiser comentar sobre a nova edição, confira nossos grupos do WhatsApp:

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Publicado em:D&D,Notícias

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11 Comentários

  1. Oniguma

    Ninguém traduz NPC como PNJ. A tradução no Brasil sempre foi PdM – Personagem do Mestre. Claramente o autor do texto não conhece a história de D&D no Brasil, parecendo ser apenas uma tradução direta de matérias gringas.

    • Paulo "Faren" Lima

      Sou tradutor há 7 anos, participei da tradução do SRD da 5e autorizado pela Wizards, e acompanhei as traduções e diretrizes oficiais. Temos um artigo chamado Guia de Edição, Escrita, Estilo e Tradução, que aborda todas as principais diretrizes que estudamos há anos para a tradução unificada de D&D no mundo. Além disso, sou formado em Letras e prezo pela qualidade e unificação, usando os termos oficiais de D&D, seja concordando com eles ou não. Utilizei os termos oficiais de NPC no Brasil. Como você afirmou que eu não conheço a história da Tradução Brasileira, elenquei as aparições de PNJ nas traduções OFICIAIS brasileiras em livros traduzidos pela Galápagos ou pelo escritório da Wizards of the Coast no Brasil. Todas as traduções do Toca utilizam termos, diretrizes oficiais. Como nitidamente a pessoa que NÃO conhece história do D&D no Brasil é você, eu perdi meu tempo mostrando pra você todas as páginas. Repense bem antes de tacar ego em cima de alguém que, além de fazer algo, faz melhor que você. E uma dica: só critique o que saiba, senão, só se passará por um idiota. Fique a vontade para conferir cada página:

      Tradução Oficial Brasileira da 5e pela Galápagos:
      Livro do Jogador, páginas: 185, 186, 189, 198, 293, 315.
      Livro do Mestre, páginas: 4, 5, 6, 15, 16, 21, 23, 26, 34, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 85, 86, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 96, 100, 101, 102, 118, 125, 126, 127, 157, 159, 214, 220, 225, 228, 229, 230, 236, 245, 246, 260, 267, 269, 273, 279, 282, 283, 289.
      Livro dos Monstros, página: 342.

      Tradução Oficial Brasileira da 5e pelo Escritório da Wizards of the Coast Brasil:
      Mordenkainen Apresenta: Monstros do Multiverso, página: 5.
      O Caldeirão de Todas as Coisas de Tasha, páginas 96, 104, 143.

      • Azzarthon

        Só passando para deixar o meu WOOOOOOW nesse 20 natural que o Faren meteu na resposta ao caboclo que ao invés de comentar o conteúdo achou por bem criticar a tradução!! Hauahaua

        Em tempo, excelente artigo e apesar de ter sim coisas boas nessa nova edição por enquanto eu e minhas mesas estamos ficando na 5ª mesmo.

  2. Joao

    D&D que a gente conhecia, e que eu joguei durante mais de 30 anos MORREU… Enfiaram uma merda de agenda progressista até aqui… O que precisavam arrumar, NUNCA arrumaram. A facilidade dos players de vencer QUALQUER combate sem precisar ter medo de morrer. É tanta vantagem, é tanta habilidade dos jogadores que pra funcionar, tem que ter uns 3 dragões juntos. Player não morre nesse jogo e isso transforma o sistema numa BOSTA. Adeus d&d

  3. André

    Vi que vc é envolvido c a tradução de DnD no Brasil, além dos 3 livros principais, quais outros foram traduzidos? Vi que a Wotc não vai mais traduzir oficialmente

  4. André Costa

    Por que meus comentários não foram aceitos pela moderação? Oq eu falei de errado? Só disse que muita coisa está boa no 2024 phb

    • Paulo "Faren" Lima

      Boa tarde! Trabalho em um banco e sou Operador dele em alguns municípios. Estava esses dias em contestação da meta e tive que focar. Perdão pela demora. Mas, está aprovado. <3

  5. Kaique

    Estava prestes a discordar do ponto 1, porque a tabela de perícias não lista “pick pockets” e “disarm traps” como algo que pode ser feito com Prestidigitação. Então imaginei que continuariam sendo testes de Destreza (Ferramentas de Ladrão). No entanto, porém, todavia, está escondido em uma habilidade na subclasse Ladrão, dentro da classe Ladino, que você pode “pick pockets” e “disarm traps” usando Destreza (Prestidigitação) combinado com Ferramentas de Ladrão.

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